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segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Governo do RN confirma 26 mortos em rebelião em presídio

Maior casa prisional do Rio Grande do Norte, Penitenciária Estadual de Alcaçuz tem capacidade para 620 presos, mas abriga 1.083

A Secretaria de Segurança do Rio Grande do Norte confirmou no fim da tarde deste domingo pelo menos 26 mortos em rebelião na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na região metropolitana de Natal. Todas as vítimas teriam sido decapitadas. O motim começou na noite de sábado e só foi controlado no início da manhã deste domingo, com a entrada de policiais militares e agentes penitenciários no local.

Em coletiva de imprensa no final da manhã, o secretário de Estado da Justiça e da Cidadania do Rio Grande do Norte, Wallber Virgolino Ferreira da Silva, havia confirmado ao menos 10 mortos. Entretanto, o secretário foi informado por um agente penitenciário, na frente dos jornalistas, que 27 corpos já tinham sido encontrados. 

— Secretário, eu contei 27 troncos — disse o servidor ao secretário diante de jornalistas e assessores. 

Depois disso, no final da tarde, o governo confirmou 26 vítimas. O secretário de Segurança Pública, Caio Bezerra, explicou que um dos mortos havia sido computado duas vezes, porque alguns corpos foram esquartejados e dois foram carbonizados.

Wallber Virgolino não comentou o número. Pelo menos seis homens, pertencentes à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), foram identificados como os responsáveis pela rebelião que destruiu parcialmente a penitenciária e o Pavilhão Rogério Coutinho Madruga. Eles serão transferidos para unidades penitenciárias estaduais ou federais. Segundo o secretário, a rebelião foi a maior já registrada no complexo prisional, fundado no final da década de 1990. 

— É a maior rebelião em número de mortos, mas não iremos superar Roraima — afirmou o secretário. 

No penúltimo sábado, dia 7, 31 presos foram mortos em penitenciária de Roraima. Um indicativo de que o número de vítimas pode ser maior do que o anunciado até agora é a estrutura montada pelo Instituto Técnico de Perícia (Itep/RN). O diretor do órgão, Marcos Brandão, confirmou que foi montada uma estrutura com capacidade para receber até 100 corpos. Um caminhão refrigerado com espaço para armazenar 50 cadáveres foi alugado pelo Itep/RN para auxiliar o trabalho. Brandão afirma que todos os corpos passarão por necropsia. 

No caso dos decapitados, ele disse que serão necessárias fotos de rosto e até exames de arcada dentária para a confirmação das identidades. Tendas estão sendo armadas em frente à sede do Itep/RN para abrigar familiares dos presos mortos na rebelião. A expectativa é que os primeiros sejam transportados da Penitenciária para o Itep ainda neste domingo.

Questionado sobre a ligação das rebeliões deste fim de semana com os casos registrados em Manaus e Roraima, que levou à morte cerca de 93 presos, o secretário Wallber Virgolino poupou palavras. 

— A situação do Norte estimulou aqui. Mas são coisas diferentes — disse.

Desde março de 2015, o sistema prisional potiguar enfrenta uma séria crise estrutural. A população carcerária do Estado gira em torno de 7,7 mil pessoas. O déficit de vagas se aproxima das quatro mil. O secretário de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social, Caio Bezerra, destacou que a ação de retomada de controle da unidade prisional foi positiva.