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quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Febre amarela avança para fora de área de emergência

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) confirmou nessa terça-feira (24) 38 mortes por febre amarela em Minas, sendo que duas se referem a pacientes residentes em cidades fora das áreas consideradas de emergência. Dos 393 casos suspeitos, 67 foram confirmados – nessa segunda-feira (23) eram 58. Uma das notificações foi em Minas Novas, pertencente à unidade regional de saúde de Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, que até então não estava na lista de regiões investigadas. O avanço da doença pelo Estado já mobiliza os municípios, como é o caso de Montes Claros, cidade-polo da região Norte que criou um plano para prevenir a chegada da doença.

Um dos óbitos confirmados é de um morador de Januária, no Norte de Minas. Outro ocorreu em Delfinópolis, no Sul. Além das 38 mortes confirmadas (seis a mais do que no balanço anterior), 45 ainda são investigadas. Há também mortes de macacos em investigação em 88 municípios mineiros de várias regiões, inclusive em Ribeirão das Neves, na região metropolitana.

A morte dos primatas, indicativo de febre amarela, a ocorrência de um caso suspeito da doença – que acabou descartado – e um caso confirmado na região Norte levaram Montes Claros a se preparar para a doença.

“Por ser uma cidade-polo, por onde passam muitas pessoas, Montes Claros tem um potencial enorme para a febre amarela. Já mobilizamos 76 servidores e aprovamos R$ 12 mil para um mutirão de vacinação de fim de semana, mas, por não estarmos entre as cidades prioritárias do governo, não recebemos vacinas suficientes”, afirmou a secretária de Saúde, Dulce Pimenta. Segundo ela, a cidade, de mais de 398 mil habitantes, recebeu cerca de 21 mil doses. “Essa quantia não deu para nada, e nosso estoque está zerado”, disse.

Atualmente, o Estado considera em situação de emergência 152 municípios pertencentes às unidades de Coronel Fabriciano, Governador Valadares, Manhumirim e Teófilo Otoni. Mesmo com as suspeitas em outras regiões, o Estado não avalia, por enquanto, aumentar essa lista, “visto que não há confirmação da circulação do vírus em área superior à inicialmente delimitada”.

A SES informou que está realizando vacinação em massa nas áreas com casos notificados e morte de macacos. Sobre Montes Claros, a pasta declarou que está avaliando o pedido de 60 mil doses e que vai enviar as vacinas conforme a disponibilidade.

Januária

Vacina. A prefeitura informou acreditar que o morador que morreu por febre amarela tenha sido infectado em Brasília, onde faleceu. A cidade, no entanto, recebeu 40 mil doses da vacina.

SAIBA MAIS

Reunião. O senador Aécio Neves (PSDB) vai se reunir, na próxima semana, com o ministro da Saúde, Ricardo Barros, e prefeitos de cidades em surto de febre amarela para pedir apoio em prevenção. Nessa terça-feira (24), ele se encontrou com o prefeito Walid Oliveira, de Ladainha, município com mais casos confirmados. “Além das vacinas que estão sendo ofertadas pelo governo federal, é preciso ações e investimentos específicos nessa região, notadamente na área de saneamento, e medidas preventivas”, afirmou o senador.

Reforço. A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Nossa Senhora Auxiliadora, em Caratinga, no Rio Doce, foi reaberta nessa terça-feira (24) para atendimento de casos de febre amarela. São seis leitos, e a expectativa é que outros quatro funcionem nos próximos dias com recursos do Estado.

Brasil. Na Bahia, sete casos suspeitos de febre amarela foram notificados, sendo que um foi descartado. A morte de uma pessoa que trabalhava em Minas é investigada. No Espírito Santo, há 22 casos suspeitos, sendo um confirmado, e três óbitos suspeitos. No Distrito Federal, um caso está em investigação. Em São Paulo, três óbitos foram confirmados. Outras dez pessoas que estiveram em Minas são avaliadas, sendo que três casos evoluíram para óbito. Uma mulher de 47 anos, de Paulínia, no interior paulista, que morreu com suspeita de febre amarela, esteve em Delfinópolis, no Sul de Minas.

Confiança. O ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou que o Brasil tem condições de superar o surto e que é preciso evitar que a febre amarela se espalhe para a zona urbana, por meio do mosquito Aedes aegypti, algo que não ocorre desde 1942. O ministro garantiu que não faltarão vacinas.